Sobre o Colégio



O Colégio Estadual indígena Kijẽtxawê Zabelê é uma homenagem a Dona Zabelê, hoje já falecida (encantada), que ainda muito jovem foi expulsa da aldeia Barra Velha por ocasião do “Fogo de 1951”, nesse período, grande parte de sua família se fixou em Cumuruxatiba. A escola Estadual indígena Kijetxawê Zabelê é uma conquista de um direito assegurado pela Constituição Federal de 1988. E foi criada pela Portaria de Nº. 1181 Código 29445213, em 25 de fevereiro de 2006, após intensas lutas e reivindicações do Povo Pataxó frente ao Estado pela Educação Escolar Indígena, intercultural, diferenciada e especifica de qualidade.

O Colégio Estadual Indígena Kijẽtxawê Zabelê, no corrente ano de dois mil e dezessete, passou de escola a Colégio Estadual Indígena Kijetxawê Zabelê por ter sido contemplado com a criação do Ensino Médio. O colégio encontra-se nucleada em 6 (seis) aldeias, sendo elas: Aldeia Kai, Aldeia Tibá, Aldeia Alegria Nova, Aldeia Monte Dourado, Aldeia Dois Irmãos e Aldeia Renascer, cada uma com suas peculiaridades, processos de subjetivação e fabricação do Ser Pataxó (SILVA, 2014). Esta escola pertence a NRE 07 (Núcleo regional de Educação) Teixeira de Freitas –BA, sob a Coordenação regional do Pataxó Agnaldo de Jesus, responsável pela Educação Escolar Indígena no NRE 07 Teixeira de Freitas –BA. Atualmente o Colégio oferece turmas de Educação Infantil, ensino fundamental I e II, Ensino Médio, Educação Especial e Educação de Jovens e Adultos (EJA), atingindo um total de aproximadamente 400 alunos(as).

A prática pedagógica de ensino de língua indígena Pataxó na Escola Estadual Indígena Kijẽtxawê Zabelê, está relacionada com a cultura Pataxó, dialogando no currículo com as perspectivas e demandas do Povo Pataxó. Na escola e em especial na comunidade aldeia Kaí, o que tem mais gerado discussões entre os professores e comunidade inclusive nas reuniões de pais e alunos é o ensino da língua indígena, que apesar de ter o professor de língua Patxôhã, não é suficiente para trabalhar o aprendizado da língua Pataxó. Na maioria das discussões, os pais e lideranças questionam o pouco tempo que as crianças estudam o Patxôhã, tempo esse de apenas duas horas por semana. A situação do ensino da língua é de fato muito precária.

Entre esses dez anos de existência do Colégio Estadual Indígena Kijẽtxawê Zabelê, o povo Pataxó das aldeias de Cumuruxatiba, juntamente com a comunidade escolar, vem tentando cada vez mais melhorar a metodologia do ensino da língua indígena Patxôhã, pois alguns acreditam que a língua Patxôhã deve ser revitalizada e ensinada apenas na escola, outros acreditam que deve haver interação entre comunidade e escola.  

*Trecho do trabalho de conclusão de curso de Cristiane Oliveira, Jandaia Pataxó, intitulado NIOTXARÚ HITAP PATAXÓ: REVITALIZAÇÃO CULTURAL, MEMÓRIA E RESISTÊNCIA NA VISÃO DOS TRONCOS VELHOS DA CULTURA PATAXÓ, do Programa Magistério Indígena Nível Médio da Secretaria de Educação do Estado da Bahia, 2010. 

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